Soneto do Músculo - Igor Marques
No ímpeto do desejo de um corpo
Que lhe é perfeito em ângulos e músculos,
Zomba-o e puxa o ferro, o níquel, um mundo,
Dos olhos que ao espelho escoltam esforço.
Ao céu, todas pressões atmosféricas
Sussurrando obrigações e indolências,
Que sufocam o grito em veemência
Da tênue adenosina trifosfática.
Vocifera a dor e regozijo
quando finda o exercício repetido:
sorriso de canto, do êxito certeza.
Humilde e heroico então ao trabalho
Retorna; O halteres está parado:
O homem sozinho levanta um planeta.